Depois de muita luta e cobrança, o reajuste da categoria dos trabalhadores em hospedagem e alimentação, finalmente, saiu. Os embates entre o Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação do Maranhão (SEHAMA) e o Sindehotéis cessaram na manhã desta terça-feira (18), no Ministério Público do Trabalho, no bairro Jaracaty.
Na audiência ficou acordado um reajuste de 9,83%, retroativo a maio, que já deve começar a ser pago na folha do mês de outubro. Até chegarem a um entendimento, foram muitas rodadas de negociação. Os diálogos se arrastavam desde o mês de maio, data base da categoria. Em cada encontro, eram nítidas a inflexibilidade e falta de boa vontade dos patrões, que sempre usavam o discurso manjado da crise econômica instalada no país.
No dia 13 de outubro, os representantes do sindicato patronal ainda deram um “chá de cadeira” na diretoria do Sindehotéis, gestão Fortalecendo a Luta, que compareceu ao Ministério Público do Trabalho e ficou a ver navios. Desse modo, os patrões demonstraram mais uma vez a falta de consideração e respeito com seus trabalhadores. Com a fuga dos patrões de suas responsabilidades, uma nova audiência teve de ser agendada. O encontro ficou acertado para esta terça-feira (18).
Conforme a ata registrada no encontro, as partes concordaram em manter a convenção coletiva anterior integralmente, sendo reajustados os salários da categoria, inclusive, o piso salarial com o índice do INPC de 9,83% sobre os salários ajustados, conforme a última convenção coletiva de trabalho. As diferenças salariais relativas aos meses de maio a setembro de 2016 começarão a ser pagas neste mês de outubro.
“Até que enfim chegamos a um entendimento. Não era isso que a categoria esperava. Mas, foi o que a gente conseguiu avançar dentro das negociações com os intransigentes patrões. O reajuste concedido de 9,83% só repõe a inflação. Com isso, não temos ganhos reais, mas também não temos perdas. Queremos aproveitar a oportunidade e, mais uma vez, agradecer aos trabalhadores pela paciência e compreensão de esperar esse reajuste por quase seis longos meses. Desde fevereiro estávamos negociando com o sindicato patronal”, declarou o presidente do Sindehotéis, Luiz Henrique Pereira da Silva.
O diretor do Sindehotéis, José Benedito, mais conhecido como Zequinha, também falou sobre a dificuldade de se chegar a um entendimento com o SEHAMA. “Realmente, não era o que a gente queria, mas precisávamos dar uma resposta ao trabalhador. Depois de quase seis meses de uma negociação difícil, conseguimos fechar, hoje, o que a assembleia decidiu. Graças a Deus nós temos uma resposta para o nosso trabalhador. Nós não tinhamos mais o que dizer à categoria. A decisão não cabia a nós. Quem estava dificultando era o patronal” esclareceu.
O presidente Luiz Henrique lamentou a falta de boa vontade e flexibilidade dos patrões. “Queria aproveitar o momento também para protestar contra a intransigência do sindicato patronal, que provou mais uma vez que não reconhece sua mão-de-obra, que facilita e contribui, diariamente, para o crescimento das empresas dos patrões”, desabafou.
Vale lembrar que no começo das negociações, os empresários propuseram um reajuste indecente de apenas 3%, muito aquém do pleiteado pela categoria (12%) e da inflação acumulada do período, que foi de 9.83%. Com muita insistência e luta da diretoria do Sindehotéis, que sempre deixou bem claro que não aceitaria nenhum reajuste abaixo da inflação, a categoria conseguiu os 9.83%.