A falta de boa vontade e inflexibilidade dos patrões foram marcantes, mais uma vez, durante a negociação com a diretoria do Sindehotéis, gestão Fortalecendo a Luta”, ocorrida na manhã desta segunda-feira (26), no Ministério Público do Trabalho. O reajuste salarial decente tão aguardado pela categoria hoteleira, não foi concedido pelo SEHAMA (Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação do Maranhão) que insiste em ser intransigente e insensível com a questão dos trabalhadores.
Na ocasião, o sindicato patronal apresentou a proposta de reajuste salarial de 9.83% sobre o salário de maio de 2015, o que não foi aceito pelo sindicato laboral. O Sindehotéis deixou bem claro que só aceitaria a proposta do patronal caso fosse excluída da convenção, a cláusula referente ao banco de horas; o que não foi aceito pelos empresários. O Sindehotéis propôs ainda, o ajuizamento de dissídio coletivo para solucionar o impasse, o que também não foi acatado pelo patronal.
Para justificar a não concessão do reajuste reivindicado pelos trabalhadores, o presidente do sindicato patronal, Paulo Humberto de Aguiar, a todo instante, mencionou a justificativa ultrapassada e indigesta da crise econômica do país; o que foi rebatido com veemência pela direção do Sindehotéis. O discurso do empresário não convence e nem é acatado pela direção do Sindehotéis, que entende que é uma justificativa infundada e desnecessária.
A dificuldade em tratar com o patronal é tamanha que seus representantes não cederam nem sequer R$ 1,00 (um real), que ficou faltando para o Sindehotéis chegar a um entendimento. “A gente percebe que o patrão não tem interesse nenhum em valorizar a mão-de-obra que tem, e isso nos deixa triste. Estamos há mais de cinco meses negociando, e mais uma vez, infelizmente, não chegamos a um entendimento. Quem perde com isso são os trabalhadores. Lamentavelmente, a gente saiu daqui sem o reajuste almejado para os trabalhadores”, destacou o presidente do Sindehotéis, Luiz Henrique Pereira da Silva.
A luta continua e os esforços do sindicato dos trabalhadores também. “A gente está buscando o que é melhor para eles. Nós temos certeza, se Deus quiser, que iremos conseguir. Queremos, no mínimo, repor a inflação que é de 9.83%. Eles até sinalizaram, mas, com base no reajuste do piso anterior, e nós não concordamos. Temos um piso novo desde janeiro. Nós queremos trabalhar em cima dele. Mesmo o patronal repondo só a inflação, que a gente já acha um absurdo, o trabalhador não tem nenhum ganho real. Vamos tentar avançar para tentar melhorar esse índice apresentado” defendeu Luiz Henrique.
Uma das diretoras do Sindehotéis, Ana Mendonça, não disfarçou seu descontentamento ao término da audiência. “Estamos saindo decepcionados de mais uma mediação no Ministério Público do Trabalho. A categoria patronal não está dando o aumento que o trabalhador merece. Houve uma manhã de discussão, mas não chegamos a nenhum entendimento. Toda proposta que foi colocada não avançou. O sindicato laboral, que são os hoteleiros, colocou, inclusive, os encerramentos das negociações, pra gente dá entrada judicialmente. O patronal, por sua vez, não aceitou o dissídio e ficou ainda aberto para as negociações. Estamos na luta”, desabafou.
Diante do impasse, o presidente do Sindehotéis deixou bem claro que o próximo passo é mobilizar a categoria; uma paralisação da classe não está descartada. Diante da possibilidade da greve, o presidente patronal disse que a manifestação era um tipo de ameaça. O Sindehotéis deixou claro que greve é um direito do trabalhador.
“Cedemos alguns pontos, e, mesmo assim, o patronal continua intransigente e insistindo em não avançar na negociação. A gente tentou flexibilizar o máximo para tentar agilizar a situação dos trabalhadores, e nada. É triste não levar uma boa informação aos trabalhadores. Nós queremos aproveitar e pedir um pouquinho de paciência para o trabalhador” pontuou Luiz Henrique.
O Sindehotéis informou que levará a proposta ao conhecimento da categoria e solicitou a designação de nova audiência, que ficou agendada para às 10 horas do dia 13 de outubro. Também esteve presente na audiência, a diretora do Sindehotéis Euzebina Maria dos Santos.